O mestre é o jogador mais emblemático do RPG.
Condição sine qua non para o estilo Oil Fanstasy, o
mestre controla o mundo de aventuras e propõe os desafios aos jogadores.
Definir todo o estilo oleoso a uma simples proposição e
superação de desafios é simplificar em demasia, pois superá-lo não é
suficiente por si só. É necessário que a superação seja feito por meios
adequados (oleosos) já que o jogo é jogado e não simplesmente rolado.
Um fim alcançado por vias
inadequadas macula o resultado.
O mestre dedicado ao desafio na fantasia a óleo de fato garante aos jogadores o princípio de incerteza às suas ações na ficção. Ao agirem, os personagens tem uma ideia das consequências de suas ações baseadas nas premissas que ancoram o jogo, mas ao mesmo tempo entendem que podem falhar por inúmeros motivos. Se o desfecho já fosse conhecido, não haveria motivo para agir e tiraria a sensação de recompensa nos sucessos ou até mesmo no processo de agir.
Algumas falsas premissas podem ser aventadas, como a possibilidade
de utilizar o papel do mestre como algo que passa de jogador para jogador, de
maneira transitória, ou até mesmo a utilização de oráculos, ambas as práticas
encaixam muito bem com outros estilos de jogo, mas não com o Oil
Fantasy, pois incorrem em alguns problemas, como o conhecimento prévio do
desafio. Mesmo que se pregue que a solução deva ser aberta, a criatividade e a lógica que moldam o desafio são conhecidas e assim as maneiras de superá-lo também
o são.
Saindo do mundo das ideias e das abstrações vamos para algo mais concreto, com exemplos:
- Hipótese de conhecimento prévio: Se numa tabela geradora de masmorras eu sorteio uma armadilha no corredor e na tabela de armadilhas eu tiro uma do tipo fosso. Como ocorre a superação desse desafio?
1- Ilusionismo em resposta ao metajogo, que tenta inutilmente separar jogador do personagem?
2- Pela lógica ficcional, procuro diretamente por armadilhas de fosso com minha vara de 3m? Aqui não houve desafio sequet e aparece o questionamento: estamos de fato jogando ou apenas andando com a história? No futuro abordaremos a agência do jogador e isso ficará mais claro.
3- O enfrentamento do desafio ocorre pela ficha e separa-se
jogador e personagem, com o sucesso sendo determinado por rolagem. Aqui enveredamos
para o lado do jogo rolado e nos desconectamos do desafio, perdendo o elo com as propostas do estilo Oil Fantasy.
E aí, o que vocês acham sobre o papel do mestre e a sua
relação de desafiar os jogadores?
Oil Fantasy é, então, um estilo de jogo mais procedural, onde o mestre dá foco sistêmico onde os jogadores arbitrariamente se interessarem mais? Ou seja, aquele princípio de "Rullings, not rules" elevado à enésima potência? É muito difícil de entender o que se trata através de analogias e aproximações (coisas como "meios adequados (oleosos)" não revelam muito pra mim). Tem como fazer um post explicando com exemplos objetivos?
ResponderExcluirFala John o "Ruling, not rules" é sim um ponto importante no estilo de jogo pois a proposta é entender o conjunto de regras como uma caixa de ferramentas ou um canivete suíço.
ExcluirQuanto a citação de meio adequado para superar desafios refere ao fato da solução do problema estar fora da ficha do personagem e ser fruto da interação do jogador, personagem com o mundo ficcional o que antagoniza com as soluções baseadas em rolagens como testes de perícias ou atributos.