Oil Fantasy Reflexões #06 - Ferramentas

 

Após algum tempo resolvi voltar para refletir um pouco sobre ferramentas preparando para futuramente falarmos de arbitragens e negociação!

O que são ferramentas? 

Ferramentas são parâmetros que servem como base para nortear o funcionamento mecânico do mundo de aventuras.

O quanto de peso um personagem pode carregar para se deslocar com determinada velocidade é uma ferramenta, é um parâmetro. Quando esse mesmo personagem carrega mais peso ele eventualmente começa a se mover mais devagar, salvo pense em uma solução que lhe permita manter o ritmo.

Uma regra também é uma ferramenta.

O TAC0 do Caves & Hexes (D&D clássico), por exemplo, representa a capacidade de alguém acertar algo com classe armadura classificada em 0, sendo utilizado como parâmetro para medir as chances de acerto quando um personagem tenta acertar alguém com classe de armadura diferente de zero também. 

Assim, alguém com TAC0 19 precisa rolar 19 em 1d20 para acertar classe armadura 0, mas acerta alguém com classe armadura 1 se rolar 18 ou mais. O TAC0 é um parâmetro que informa a dificuldade de se acertar algo, levando em conta a capacidade de quem quer fazê-lo e a dificuldade do alvo ser acertado.

Características

Características de classes podem ser parâmetros. Em alguns jogos os ladinos não podem usar armas de duas mãos, mas o que acontece se no meio de uma batalha o ladino pega uma espada de duas mãos do chão? Um campo invisível impede ele de manusear a espada? Nossa sugestão é de que usemos a classe dele como parâmetro. Essa restrição a armas de duas mãos pode ser encarada como uma falta de perícia e inconveniência para o ofício deste personagem, de forma que sua capacidade de agir rápido seja prejudicada, seu ataque seja menos efetivo, etc. O que vocês fariam nesta situação?

Ficção informa o uso das ferramentas

No Oil Fantasy a ficção é soberana e o mestre tende a aceitar as ideias do jogador, então o ladino poderia utilizar a espada, ainda que o mestre negocie com o jogador alguns problemas em seu uso, utilizando as ferramentas que julgar apropriadas para resolver essa questão da ficção.

Para fazer um bom uso ou propor novos usos de uma mesma ferramenta é necessário entender o que essa ferramenta representa no mundo ficcional e seu fundamento.

A moral, por exemplo, representa como alguém encara uma situação adversa, então alguém com a  moral baixa pode ser um covarde ou alguém com uma moral alta dificilmente vai se entregar ou fugir de um encontro. Um bom exercício é avaliar as ferramentas uma a uma para entende-las melhor em seu uso fundamental e em usos paralelos possíveis.

 


 

 

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